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A frieza dos números

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Basta ligar rádio ou TV, acessar internet ou folhear jornal e somos soterrados por informações sobre número de mortes por Covid-19 e controvérsias sobre as medidas sanitárias recomendadas.

Somada à pandemia viral somos sobrecarregados por uma torrente de notícias e comentários, na maioria das vezes repetitivos e, não raras, desarrazoados.

Sem qualquer juízo sobre os perigos e gravidade da Covid-19, compartilho com os leitores dados estatísticos, que apontam as 11 maiores causas de morte no Rio Grande do Sul nos últimos três meses. Os dados foram publicados pelo jornal ZH, no último dia 26, colhidos junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade, Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria Estadual de Segurança Pública e Detran-RS, referente aos meses de março, abril e maio.

O total de óbitos, no período retratado, foi 6.880.  O coronavírus aparece como a quarta maior causa de mortes. À frente da Covid-19, vêm, em primeiro lugar em letalidade, todos os tipos de cânceres, responsáveis por 2.487 mortes, correspondendo a 36,15% do total. Em segundo lugar, as doenças cardíacas, 711 óbitos, 10,33% do total. Depois, em terceiro, é o diabetes, respondendo por 562 causas de mortes, equivalente a 8,1%. Após estas, aparece o coronavírus como causador de 500 mortes, de um total de 6.880 óbitos, ou seja, 7,6% do total.

Apesar das campanhas de vacinação, as mortes por influenza (gripe) somadas à pneumonia levaram a óbito 480 (6,97%) pessoas. Mais letal, entretanto, são as doenças do aparelho digestivo, que fizeram 498 (7,23%) vítimas.

A frieza dos números surpreende, porque há dois casos que não têm merecido o devido destaque, embora matando praticamente tanto quanto o vírus pandêmico. São homicídios (assassinatos) e acidentes de trânsito. Os assassinatos, em três meses, chegaram ao número de 455 (6,1%) das mortes, próximo dos 7,6% da Covid-19. Os acidentes de trânsito (único cujos dados correspondem aos meses de fevereiro março e abril) foram responsáveis por 309 mortes, 5,6% do total. A soma das mortes por causas não naturais, decorrentes de homicídios e acidentes de trânsito alcança 764, isto é, 11,7% do número total.

Não há dados sobre feridos e incapacitados, que presumo, devem ultrapassar largamente o número de óbitos, mostrando que as mortes violentas alcançam números de país em guerra.

Dentre as causas listadas, somente as mortes causadas por Covid-19 se mostram novidade, porque estamos convivendo com as demais há muito tempo e, talvez, por isso não nos chamam à atenção os elevados índices de mortes violentas.

Os números não trazem qualquer subjetividade, apenas retratam a realidade quanto à incidência de causa morte nos últimos três meses no Rio Grande do Sul e mostram que as mortes violentas somadas (assassinatos e acidentes de trânsito) ocupam o segundo lugar, somente são menores do que as causadas pelos diversos tipos de cânceres.

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